Por que as pessoas valorizam a liberdade?

A característica definidora da vida orgânica é tomar algum tipo de iniciativa, pelo menos em prol da sobrevivência. Uma planta toma a iniciativa de crescer suas raízes em direção aos nutrientes, um predador toma a iniciativa de caçar sua presa, e nós podemos tomar a iniciativa de escolher o que provavelmente nos proporcionará uma maior longevidade.

A evolução ocorre de forma contínua, mas também existem meta-continuidade, que são como se fossem quebras, que, no caso, representam apenas uma nova maneira de tomar iniciativas.

O exemplo que dei foi para ilustrar isso. Com base na ideia de continuidade evolutiva, podemos chamar as iniciativas de escolhas, ainda que rudimentares. Nesse sentido, a planta escolhe de maneira mais rudimentar do que um animal, pois ela não conta com mecanismos para interpretar o mundo através da percepção. Os animais escolhem de forma mais rudimentar do que os humanos, pois eles não têm a capacidade de elaborar teorias e agir com base nelas.

Dito isso, podemos dizer que todo ser vivo valoriza a liberdade de escolha, pois dela depende, pelo menos, para sobreviver, mesmo que não tenha consciência disso enquanto conceito. Não é à toa que, se impedirmos um animal ou um bebê de se movimentar, segurando seus membros, ambos tentarão, ao seu modo, se libertar.

Esse valor da liberdade de escolha brota da natureza, como tantos outros, mas nós, como temos a capacidade de explicar a realidade, conseguimos ter a noção teórica dela e valorizá-la enquanto conceito em si, chamando-a simplesmente de liberdade.

Assim, já está em nossa natureza valorizar a liberdade, pelo mesmo motivo que os demais seres vivos: o de possibilitar nossa sobrevivência. Contudo, como só nós temos a capacidade de elaborar teorias, podemos ir além e enxergar vantagens mais profundas a respeito da liberdade, valorizando-a ainda mais. Podemos até chegar ao ponto de valorizá-la mais do que a nossa própria vida, como defendem os estóicos, a exemplo de Sêneca.

Dentro dessa linha, mas sob uma perspectiva espiritual, podemos ver a liberdade como uma condição necessária para fazer escolhas que gerem um mundo melhor e cumpram o propósito da nossa existência atual. De modo que, para alguns de nós, se nos propuserem limitar nossa liberdade em troca da mera segurança de sobrevivência, optaríamos pela não existência.

Pensata que criei e que têm a ver com o tema:

"A vida é tão importante quanto a liberdade, pois uma pessoa sem liberdade não vive, apenas sobrevive."

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