O que é a virtude da coragem?

A virtude da coragem pode ser entendida como a prática de seguir uma regra interna, algo como: “Preciso escolher o melhor objetivo, esteja ou não sentindo medo.” 

Em algumas situações, ao refletir, percebemos rapidamente que o melhor a fazer é escapar de uma ameaça, especialmente quando acreditamos que ela não pode ser eliminada. Essa decisão é baseada numa avaliação consciente das consequências, com base em nossos conhecimentos e experiências.

Por exemplo, imagine que você está conversando com alguém que demonstra que de que pode te  agredir físicamente. Diante disso, você escolhe permanecer em silêncio como forma de evitar essa possível agressão. Embora essa atitude envolva uma forma de fuga, ela não representa covardia. Ao contrário, trata-se de uma escolha consciente voltada para a autopreservação, o que é, por si só, um ato de coragem.

A coragem também se manifesta quando, inicialmente, não sentimos medo, mas ao refletirmos sobre a situação, percebemos que deveríamos sentir. Isso acontece quando avaliamos racionalmente que há uma ameaça real presente no contexto. Nesses casos, o medo pode surgir como resultado dessa análise, e decidimos, então, agir de forma cuidadosa para evitar o perigo.

Um bom exemplo seria o de alguém que decide praticar um esporte radical sem sentir medo a princípio. No entanto, ao lembrar que essa atividade envolve alto risco de lesões, a pessoa reconsidera e escolhe não participar. Mesmo sem uma reação emocional imediata, a decisão de evitar o risco, baseada em reflexão, também demonstra coragem.

Há ainda uma terceira forma de coragem (a que mais conhecemos): quando a primeira reação que temos é querer fugir de uma situação ameaçadora, sentindo medo, mas depois paramos para pensar e escolhemos outro caminho. 

Ao aplicar nossa regra interna — “qual é o melhor objetivo aqui?” —, podemos perceber que fugir talvez não seja a melhor opção, ou até que a ameaça não é tão real assim. Essa revisão nos permite estabelecer um novo objetivo, o que pode mudar também a emoção predominante naquele momento.

Por exemplo, imagine uma reunião de trabalho em que seu chefe diz algo com o qual você discorda, e que pode prejudicar o desempenho da equipe. A reação imediata pode ser medo e a vontade de ficar calado para evitar confronto. 

No entanto, ao refletir, você percebe que a melhor escolha é promover o bem-estar coletivo e contribuir com a discussão, mesmo que isso signifique discordar. Nesse caso, ao escolher falar com respeito e cuidado, você está praticando coragem, motivado não pelo desejo de confronto, mas por um senso de responsabilidade e compaixão.

Pensata que criei e que têm a ver com o tema:

"Eu prefiro ter meia-dúzia de amigos corajosos do que uma centena de covardes."

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