O que é a virtude da tristeza consciente?

A virtude da tristeza consciente se refere à habilidade de praticar uma autorregra do tipo: “preciso avaliar se tive mesmo fracasso na presença ou ausência de tristeza”. Assim como no caso da alegria consciente, essa prática ajuda a corrigir avaliações excessivamente otimistas ou pessimistas, de acordo com o saber e a experiência da pessoa. A tristeza, quando bem compreendida, cumpre um papel importante: o de incentivar o abandono de estratégias ineficazes que vêm sendo adotadas.

No post “O que é a virtude da alegria consciente”, citei o exemplo do músico que percebe que não está alcançando o sucesso desejado ao tocar músicas covers. Embora receba aplausos e sinta alegria por isso, ao ter um momento de insight — a “ficha cair” — ele deixa de sentir alegria e entra num estado de neutralidade emocional.

Entretanto, se ele estivesse praticando a virtude da tristeza consciente, talvez tivesse sentido tristeza em vez de neutralidade. Essa tristeza, por sua vez, poderia funcionar como um estímulo emocional para abandonar a estratégia de tocar covers e adotar outra, como começar a tocar suas próprias composições.

Por outro lado, ao perceber que poucas pessoas estão apreciando suas músicas autorais, ele pode inicialmente sentir tristeza. No entanto, ao refletir mais profundamente, talvez conclua que não houve um fracasso real, pois já há sinais de que algumas pessoas gostam de suas composições. Essa reavaliação pode levá-lo a sair da tristeza para um estado de neutralidade — ou até de alegria — por reconhecer uma pequena conquista.

Claro, existe também a possibilidade de que suas composições não estejam boas, e esse seja o verdadeiro motivo para sua carreira ainda não ter decolado. Nesse caso, ao praticar a virtude da tristeza consciente, ele poderá usar esse sentimento como indício de que é hora de rever sua estratégia, como, por exemplo, melhorar a qualidade de suas composições.

Pensata que criei e que têm a ver com o tema:

 “Eu fico desapontado quando ouço alguém dizer que não se arrepende de nada do que fez, pois a gente aprende muito com o arrependimento.”

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