Por que é ruim ser cético?

Hoje em dia, é considerado "bonito" se dizer cético, como se o ceticismo fosse a virtude oposta ao vício do excesso de acreditar cegamente nas coisas.

No entanto, o cético é aquele que duvida, mas não investiga. Ou seja, é o vício da falta: o de duvidar cegamente das coisas. Ele duvida, por exemplo, da existência de fantasmas, mas não se interessa em verificar se eles existem ou não, tendendo a achar que a crença em fantasmas é algo idiota.

Na verdade, o ceticismo, enquanto movimento filosófico, defende que toda crença é um mal, pois traz intranquilidade. Nesse exemplo, um "cético raiz" diria que ter medo de fantasmas faz você sentir medo à toa, logo, ter essa crença é ruim.

Contudo, essa afirmação — de que toda crença é um mal — que sustenta o ceticismo, é, por definição, uma crença. Logo, o ceticismo é incoerente, pois defende a ideia de não acreditar em nada, o que implicaria também em não acreditar no próprio ceticismo.

Além disso, se eu acredito que um leão ganharia de mim em uma briga, acho que é uma boa ter essa crença e ficar intranquilo ao ver um leão, pois ela me ajudaria a sobreviver. Então, a ideia de que a intranquilidade é um mal, sustentada pelo ceticismo, é falsa.

Dito isso, ao invés de ser cético, acho melhor ser adepto do que podemos chamar de virtude da dúvida investigativa, que significa não descartar prontamente algo como falso, mas, sim, manter um pé atrás em relação a isso e, quando possível, investigá-lo.

Pensata que criei e que têm a ver com o tema:

"O cético é aquele que duvida, mas não investiga."

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