Por que as pessoas culpam as outras pelos seus próprios erros?

Uma resposta muito comum para essa pergunta é: “porque assumir a culpa dói e queremos proteger nosso ego dessa dor”. Contudo, essa é uma explicação muito superficial. Afinal, a dor emocional existe por algum motivo: a antecipação de um mal, que, no caso de ser visto como culpado de algo ruim, é o mal da perda de reputação.

Mas esse ainda é um mal superficial, pois não tememos a perda de reputação em si, mas sim o que ela pode acarretar: a perda de status e do grupo (e tudo de ruim que acompanha essas perdas).

Perder status é ruim, pois deixamos de receber ajuda diferenciada dos outros para lidar com os desafios do mundo. Pior ainda é quando somos expulsos do grupo, pois aí não podemos contar mais com ajuda de ninguém; e, como não somos bons em, sozinhos, conseguir alimento de boa qualidade e nos proteger de predadores, ser expulso do grupo no passado ancestral era como receber uma sentença de morte.

E é realmente possível que percamos status e sejamos expulsos de um grupo se os outros perceberem que erramos gravemente. Quando estamos em posição de liderança, errar gravemente pode denotar falta da habilidade que o grupo valoriza em nós, e, com isso, que não merecemos continuar como líder. No caso de um erro grave enquanto membro do grupo, pode indicar que somos um peso, que a gente mais atrapalha do que ajuda, e, com isso, que é melhor para o grupo continuar sem nós.

Felizmente, ou não, nossos ancestrais descobriram que colocar a culpa em algo externo, ao invés de assumir o erro, é uma estratégia que funciona para evitar os males gerados pela perda da reputação. E, como funciona, certamente eles não cansaram de utilizá-la.

O preço de tanto uso é que essa estratégia se estabeleceu tão bem na mente dos humanos que, mesmo que a gente a condene, a primeira opção que geralmente vem à nossa mente quando enfrentamos a ameaça de sermos culpados por algo ruim é culpar o externo, inclusive uma outra pessoa.

O problema é que, se o outro perceber que erramos e não assumimos a culpa, ele pode avaliar que mentimos, ou seja, que não pode confiar na gente, e assim, não assumir o erro pode ser um tiro que sai pela culatra no sentido de prejudicar ainda mais nossa reputação.

Pensata que criei e que têm a ver com o tema:

“Muitas pessoas ficam "batendo com a cabeça na parede" por colocarem a culpa na parede e não no movimento que fazem com a cabeça.”

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